~Resenha: O Pacto - Joe Hill~

Ficha Técnica
Autor: Joe Hill
Selo: Arqueiro/Sextante
Ano: 2010
Número de páginas: 318
Assuntos: Terror, Suspense
Adquira: Submarino, Americanas


Sinopse
Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida.
Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro.
Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão.
Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.

S erá que ser um demônio é algo tão macabro e sinistro assim?... Talvez não para Ig Perrish, que acabou usando essa condição em prol da justiça...

Como seria possível que as pessoas vissem seus chifres e não esboçassem nenhuma emoção, a não ser surpresa? Era isso que Ig se perguntava cada vez que se deparava com alguém, mas isso era só um detalhe, pior mesmo era saber os piores pecados e os pensamentos sórdidos das pessoas.
Seria o homem tão cruel quanto o diabo, que por sua vez, poderia não ser tão mau assim.
Seria esse poder uma maldição ou uma ajuda para que Ig consiga descobrir, o porquê de Merrin ter morrido de forma tão terrível...
"[...] Talvez fosse o preceito mais antigo do demônio, o de que se podia sempre confiar no pecado para revelar o que havia de mais humano em uma pessoa, fosse para o bem ou para o mal. " Pág. 261"

Tenho esse livro desde a Bienal de 2012, é há muuuuito tempo. O primeiro livro que li do autor foi "A Estrada da Noite" ao qual tinha me apaixonado pela escrita e história. Resolvi finalmente pegá-lo para ler, achando que ele iria me conquistar tanto quanto o anterior do autor, mas não foi isso que aconteceu. Infelizmente, Joe Hill me decepcionou muito com esse livro, mas terei que ir por partes para explicar para vocês o por quê.
A sinopse nos passa a ideia de uma história grandiosa e bem macabra, o que o livro até que cumpre bem, afinal temos vários elementos obscuros e loucos na história. A narrativa em terceira pessoa teve um ritmo muito lento por conta do excesso de detalhamento das cenas ou até mesmo objetos, que não fariam a menos diferença na história. Mas o que mais me irritou foi o uso excessivo de palavreado chulo, pode até ser que os adolescentes "só pensem naquilo", mas não acredito que fiquem falam as obscenidades que li.

"[...] - Você acha que conhece uma pessoa. Mas na maioria das vezes só conhece o que quer conhecer." Pág. 88

"[...] - Se você não erra, provavelmente está pensando demais. E esse é o pior erro que se pode cometer." Pág. 225

Mesmo com uma leitura arrastada, continuei a lê-lo e tive uma surpresa. A partir da revelação de como foi a vida Lee Tourneau, o livro mudou totalmente de ritmo e até a narrativa ficou mais direta, dando o ar de realidade que não havia encontrado até aquele momento. A história precisa ser lida até o fim para ser entendida. Me pareceu que Joe Hill quis fazer uma reflexão sobre religião, isso pode não agradar muitas pessoas, há várias partes em que o Ig questiona passagens da Bíblia e se o diabo seria realmente o vilão da história.
Não tenho muito o que falar sobre os personagens (Só que fiquei a história toda imaginando o Daniel Radclife como Ig, rsrsrs), acredito que o que mereça um destaque seja Lee Tourneau, sua insanidade beira o surreal, ele foi o que mais acrescentou terror e agonia, desde o começo do livro não confiava nele, sempre passando um ar de quem esconde algo terrível, como uma cobra preste a dar o bote.

"Tinha esperança de que, com o passar dos anos em que seriam melhores amigos, Lee aprendesse a verdade sobre a música: que era a terceira estrada da vida. Você se agarra a ela para fugir do tédio do arrastar das horas, para sentir algumas coisa, para se inflamar com todas as emoções que não experimenta na correria cotidiana de ir à escola, assistir TV e colocar os pratos na lava-louça depois do jantar." Págs. 92 e 93

É um livro pesado, que não indicaria para todos os públicos. Não chegou a ser o que eu esperava, mas consegue mexer um pouco com nosso subconsciente. Mostra até onde o ser humano pode chegar por causa do medo da perda, de não ser amado, de como a percepção de um ato pode ser totalmente distorcido para aquilo que a pessoa deseja.

Essa capa com certeza é muito mais bonita que a nova edição, o título então nem se fala. Mesmo que o título original ("Horns", que seria chifres), não tenha nada a ver com os lançados por aqui, acredito que O Pacto combine muito mais que amaldiçoado.

Agora quero assistir ao filme, que como toda adaptação, teve alguns aspectos mudados, sem falar que quer ver como Daniel Radclife se sai no papel de Ig.

Avaliação Final:

Comentários

  1. Oi Sam! Tudo bom?

    Que enredo pesado o desse livro! Fiquei interessado.
    Parece que Joe Hill anda oscilando muito em suas obras. Diferente de você, eu já não gostei tanto de A Estrada da Noite. Achei o meio da história muito enrolado. Parece que isso varia muito de leitor pra leitor. Alguns elogiam enquanto outros odeiam Nosferatu e O Pacto. Isso só aumenta a vontade de ler e analisar pessoalmente.
    Eu também estou esperando a adaptação ao cinema (será que sai por aqui?). Já vi pessoas que assistiram por "outros meios" na mesma batalha de opiniões que acontece com os livros. Alguns dizem que o filme é ridículo e outros que é bom. É ver pra saber, né.

    Beijos!

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  2. Olá!!

    Então foi desse livro que fizeram o filme que o Daniel tem chifres? Não que eu tenha assistido a ele (ainda), mais fiquei surpresa ao descobrir que é uma adaptação de um livro (um das coisas mais recentes que tem no cinema americano esses tempos).

    Nunca li nada do Joe Hill, embora tenha ficado curiosa (sim, só por saber que ele é filho do Stephen King) rsrsrsrs

    Até mais

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  3. Li um livro do mesmo autor um tempinho atrás: A Estrada da Noite, e gostei demais. E, como a boa apaixonada por suspense e terror que sou, não vejo a hora de ler O Pacto. A premissa é ótima e sua resenha me deixou empolgada.
    Beijo!!
    http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/

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  4. Olá Samantha,

    Não li nada do autor ainda, mas tenho muita curiosidade, a sua resenha me deixou muito curioso, mesmo sendo no início uma leitura arrastada....abraço.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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